Pois é pessoal, 2 anos de pesquisas, calculos, avaliações de rotas, considerações com o clima e muitas outras coisas, mas enfim a viagem saíu.
Sábado dia 19 de dezembro de 2009, 7:30h, tudo preparado na Ténéré e fui. Oito horas parti de Vila Velha ES, com destino previsto para a Grande Ilha de Chiloé no sul do Chile.
Meus calculos somaram algo perto de 15.000 km, idá e volta.
Neste primeiro dia fui até Penedo RJ, onde dormi muito bem. Foi um trecho bem tranquilo e sem contratempos, a passagem pelo Rio de Janeiro foi rápida e sem stress.
No domingo cedo, parti com destino a Curitiba PR e foi cumprido o percurso, porém para um domingão o engarrafamento estava quilométrico, 15km dentro de Sampa, ao meio dia com temperatura em torno dos 30º. Venci.
Em Curitiba fui muito bem recebido pela prima Nice e pela tia Amália. Como era aniversário da prima, comi muitos salgados e doces e depois cama, pois ninguém é de ferro e a Ténéré ficou muito bem guardada.
Segunda, depois de apanhar o Seguro Carta Verde(obrigatório no Mercosul), almoçar na casa do primo Daniel(muito bom) e trocar a lâmpada do farol de neblina que queimou, estrada outra vez. Como já era tarde, nesta segunda rodei até o limite de Paraná e Santa Catarina e parei em General Carneiro.
Terça-feira, depois de um café da manhã reforçado, cruzei Santa Catarina e quase todo o Rio Grande do Sul, parei em Santa Maria, mas só não fui até Santana do Livramento, por que o calor estava impraticável.
Quarta cedinho, zarpei em direção à fronteira com o Uruguay, depois de errar o caminho devido a falta de sinalização, cheguei a Santana do Livramento às 11:30h. Fiz câmbio e relaxei um pouco, aí chegou a chuva, e foi pra valer.
Como a chuva não parou e não dava pra fazer nada por ali, passei pela imigração e aduana e estrada na Ténéré. Esta moto gosta é de aventura, quanto mais terrível a situação mais ela trabalha bem.
Fui até Tacuarembó, passando por uma região muito linda, muito parecida com a Chapada da Diamantina, que ficou na memória, pois a chuva não deu trégua e assim nada de foto.
Cheguei completamente exausto e molhado, mas, satisfeito com a aventura, digo, eu e a Ténéré.
Quinta-feira, depois do rango, voltei pra estrada, desta vez a seco, pelo menos os primeiros 200km, pois depois a chuva voltou com força total. Mesmo assim continuei, quase sem enchergar direito pois o óculos molhou.
Saí do Uruguay e entrei na Argentina debaixo dágua, o que rendeu por mais 120km, quando parei pra destravar a tensão nervosa.
Quando saí pra continuar, a chuva estiou e pude rodar neste dia mais 180km, até a la ciudad de Rosario. Cheguei e estou pronto pra adernar. Até mais.
Segundo dia em Rosario, Santa Fé, Argentina. Fui andar um pouco, pois só sentado na moto não dá. Foi ótimo conversar com as pessoas e ver a cidade, vejam o sol às oito horas da noite. Aproveitei para postar um pouco de notícias.
Saindo de Rosario a chuva me cercou, tive que para, foram 1:30h de temporal com ventos levantando telhados e sacudindo árvores que pareciam querer levantar vôo.
Não parando a chuva, porém cessando o vento continuei por mais 70km e aí a chuva acabou. Abriu-se um céu 100% azul e um sol de queimar o olho, ótimo, pois assim rodei neste trecho mais 110km e fiz uma paradinha pra abastecer e pro cafezinho(caro).
No caminho de Rosario para San Luiz há muitos trevos, deve-se tomar muito cuidado, pois um erro pode significar 60 ou 70km de diferença. Mas eu em todos parei pra consultar o mapa, perde-se tempo mas não erra-se o caminho.
Aqui as estrada são ótimas, até quando estão em manutenção são de piso liso e bem sinalizadas, dignas de apertar o punho na moto.
A Ténéré, não sei por que, começou a jogar óleo para dentro do filtro de ar, isso provoca uma queima de combustível póbre, aí a moto pode ratear um pouco, foi só.
Neste caminho passei por umas cidades muito pequenas, que vivem de agricultura e gado, numa região muito cheia de vales e por isso há ali muita cerração, lindas curvas, com um visuaul novo depois de cada uma.
Assim fotografei um lindo por do sol e deu pra chegar em La Toma, já a uns 90km de onde era meu destino do dia. A chuva me atrasou um pouco.
A cidade também é muito pequena, mas, fui recebido com excelencia por uma senhora de uns 70 anos, que me acolheu como minha mãe(saudade de casa).
Depois de uma noite perfeita de descanso, frio e silêncio, fiz meu dasayuno(café da manhã) e ruta nuevamiente.
Neste dia foi muito tranquilo, com ótima estrada de cimento, em 1:30h cheguei a El Trapiche. Cada capital tem seu refúgio de final de semana. Porto Alegre tem Gramado, São Paulo tem Atibaia(entre muitos outros), o Rio de Janeiro tem Petrópolis, Vitória tem Domingos Martins, Belo Horizonte tem Macacos e por aí vai.
El Trapiche fica ao redor de uma linda represa com 2 diques de geração de energia elétrica e 15km de estrada asfaltada ao redor, uma cidade limpa, com boa infraestrutura turística, com aproximadamente 3 mil habitantes, cheia de pousadas (Cabañas) e o melhor, muito barato pra brasileiros. Paguei por duas diárias numa cabana pra 4 pessoas $100,00 Pesos, equivalente a R$ 50,oo.
Depois do descanso, voltei pra estrada por mais 320km, a metade duplicada, desta vez até Mendoza, chegando às 13:30h, tranquilo tranquilo.
Quando derrepente vejo uma nuvem mais branca que as outras, percebo se tratar das Cordilheiras dos Andes. Parei pra contemplar, pois não é todo dia que se tem aquela vista, pois ela só é bem vista à distância, uns 50km.
Algumas fotos é óbviu pra poder seguir satisfeito, só um pouquinho.
Pela direção de DEUS, me indicaram um hotel 4 estrelas por $ 300,00 Pesos, equivalente a R$ 150,00, por 3 dias, para depoios enfim entrar no Chile.
Problemas !
Meu Netbook, num acesso de wifi, pegou um virus que travou tudo. Fui a uma loja de departamento e me indicaram um ótimo técnico(Gustavo, gosta de brasileiros) ufa, que me cobrou R$ 50,00 para limpar a sujeira. Paguei com o maior prazer, pois pra um 29 de dezembro foi perfeito.
Dia 30 pela manhã, saindo pra uma loja comprar um casco(capacete Zeus c\ óculos de sol por R$300,00), o motor de arranque da moto pifou. Zebra(parecia)
Fui numa oficina, me indicaram um torneiro pra refazer o indizido. O cara com a maior má vontade passou a bola pra um sujeito (Carlo - torneiro) que estava por lá e o sujeito foi com a minha cara e disse que ia fazer o serviço e ainda me indicou um eletricista (Manolo) gente boníssima que ficou logo meu amigo. DEUS é muito bom pra mim, sempre põe gente boa no meu caminho pra me ajudar.
Obrigado SENHOR !